O Greenpeace
publicou um documentário no ano de 2007 que retrata as conseqüências da invasão da cultura
da soja no Oeste do Estado do Pará, mais especificamente na cidade de Santarém. Essa invasão foi e é responsável por devastar uma área gigantesca de floresta
para ceder de maneira forçada lugar ao plantio deste grão que está sendo
chamado de “grão da discórdia”.
Documentário do GREENPEACE- YOU TUBE
Paralela a
essa invasão, está o porto da CARGILL ( multinacional norte-americana líder
mundial em exportação de soja) situado na cidade de Santarém que movimenta 60
mil toneladas de soja por ano e tem pretensão de aumentar para 90 mil
toneladas. A maioria da soja que chega ao porto da empresa em questão é
proveniente do Estado do Mato Grosso que chega até Santarém pela BR-163, a
rodovia Santarém-Cuiabá.
Mas onde
quero chegar? Bem, pelo que foi divulgado amplamente pela imprensa local, o
porto foi construído sem a licença de instalação e sem um estudo de impacto
ambiental que possibilitasse seu funcionamento dentro dos padrões estabelecidos
pelas leis ambientais. Após o Ministério público entrar no caso, houve uma mobilização da
Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Pará, visando solucionar o impasse,
porém de forma surpreendente e após uma reunião à portas fechadas, como revela o GREENPEACE, a
licença foi concedida.
Várias
entidades, incluindo o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de
Santarém, a Pastoral da Terra e outras, repudiaram a decisão do governo
paraense, alegando que houve fraude, pois uma empresa terceirizada emitiu o
relatório sobre o estudo de impacto ambiental, usando informações falsas (segundo
as entidades contrárias) para favorecer a Cargill.
Outra
situação negativa que o porto graneleiro de
Santarém trouxe foi a invasão de grandes produtores de soja do centro-sul
do país que adquirem as terras de pequenos produtores, muitas dessas propriedades
são adquiridas sob ameaça. Uma vez adquiridas essas propriedades juntam-se e
formam uma só propriedade, onde o novo proprietário trata de preparar para o
plantio da soja, utilizando técnicas rústicas de limpeza, como a derrubada e
queimada da vegetação .
Área de Plantio de soja em Santarém- Foto: Terra Magazine
A soja, seja a vinda do Mato Grosso
, seja a cultivada nos limites do município de Santarém, só traz prejuízos ao meio ambiente, pois ambas
utilizam-se de métodos nada convencionais para se fixarem na região, provocam o
inchaço populacional do município, uma vez que os pequenos proprietários que
forçados a vender suas terras avançam para a cidade, formando favelas onde
antes era vegetação e aumentando os problemas sociais.
Há
muitas controvérsias sobre este grão que é um dos produtos de orgulho do Brasil
com diversas variedades adaptadas a qualquer região do país. O fato é que este
grão minúsculo é o responsável pela perda de uma imensa área na Amazônia que
cresce a cada ano.
Há
uma grande maioria da sociedade brasileira que considera que a soja traz o
progresso para a região onde é plantada, mas isso parece não acontecer na
Amazônia, em especial no Oeste do Pará, pois o que a soja traz para a região é
somente a destruição do meio ambiente. Teoricamente seriam gerados muitos
empregos na região em virtude das plantações, mas na prática não é isso o que
realmente ocorre.
No
geral, quero trazer a todos uma informação que talvez a maioria das pessoas no
Brasil não sabem: a soja, ao mesmo tempo que ela coloca o Brasil na condição de
segundo maior exportador do grão, o coloca também na condição de campeão de
desmatamento e consequentemente campeão em destruição de toda a vida animal das
áreas devastadas.
Fonte: GREENPEACE- Disponível em:
<http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/Sinal-verde-para-terminal-da-Cargill-em-Santarem---/>.
GAZETA DE SANTARÉM-Disponível em:
YOU TUBE- Disponívem em:
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