domingo, 19 de agosto de 2012

A soja no Oeste do Pará: "O grão da discórdia"

   O Greenpeace publicou um documentário no ano de 2007 que  retrata as conseqüências da invasão da cultura da soja no Oeste do Estado do Pará, mais especificamente na cidade de Santarém. Essa invasão foi e é responsável por devastar uma área gigantesca de floresta para ceder de maneira forçada lugar ao plantio deste grão que está sendo chamado de “grão da discórdia”.
                     Documentário do GREENPEACE- YOU TUBE

  Paralela a essa invasão, está o porto da CARGILL ( multinacional norte-americana líder mundial em exportação de soja) situado na cidade de Santarém que movimenta 60 mil toneladas de soja por ano e tem pretensão de aumentar para 90 mil toneladas. A maioria da soja que chega ao porto da empresa em questão é proveniente do Estado do Mato Grosso que chega até Santarém pela BR-163, a rodovia Santarém-Cuiabá.
  Mas onde quero chegar? Bem, pelo que foi divulgado amplamente pela imprensa local, o porto foi construído sem a licença de instalação e sem um estudo de impacto ambiental que possibilitasse seu funcionamento dentro dos padrões estabelecidos pelas leis ambientais. Após o Ministério público  entrar no caso, houve uma mobilização da Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Pará, visando solucionar o impasse, porém de forma surpreendente e após uma reunião à  portas fechadas, como revela o GREENPEACE, a licença  foi concedida.
  Várias entidades, incluindo o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Santarém, a Pastoral da Terra e outras, repudiaram a decisão do governo paraense, alegando que houve fraude, pois uma empresa terceirizada emitiu o relatório sobre o estudo de impacto ambiental, usando informações falsas (segundo as entidades contrárias) para favorecer a Cargill.
  Outra situação negativa que o porto graneleiro de  Santarém trouxe foi a invasão de grandes produtores de soja do centro-sul do país que adquirem as terras de pequenos produtores, muitas dessas propriedades são adquiridas sob ameaça. Uma vez adquiridas essas propriedades juntam-se e formam uma só propriedade, onde o novo proprietário trata de preparar para o plantio da soja, utilizando técnicas rústicas de limpeza, como a derrubada e queimada da vegetação .
   Área de Plantio de soja em Santarém- Foto: Terra Magazine
  A soja, seja a vinda do Mato Grosso , seja a cultivada nos limites do município de Santarém, só                     traz  prejuízos ao meio ambiente, pois ambas utilizam-se de métodos nada convencionais para se fixarem na região, provocam o inchaço populacional do município, uma vez que os pequenos proprietários que forçados a vender suas terras avançam para a cidade, formando favelas onde antes era vegetação e aumentando os problemas sociais.
  Há muitas controvérsias sobre este grão que é um dos produtos de orgulho do Brasil com diversas variedades adaptadas a qualquer região do país. O fato é que este grão minúsculo é o responsável pela perda de uma imensa área na Amazônia que cresce a cada ano.
Há uma grande maioria da sociedade brasileira que considera que a soja traz o progresso para a região onde é plantada, mas isso parece não acontecer na Amazônia, em especial no Oeste do Pará, pois o que a soja traz para a região é somente a destruição do meio ambiente. Teoricamente seriam gerados muitos empregos na região em virtude das plantações, mas na prática não é isso o que realmente ocorre.
  No geral, quero trazer a todos uma informação que talvez a maioria das pessoas no Brasil não sabem: a soja, ao mesmo tempo que ela coloca o Brasil na condição de segundo maior exportador do grão, o coloca também na condição de campeão de desmatamento e consequentemente campeão em destruição de toda a vida animal das áreas devastadas. 

Fonte: GREENPEACE- Disponível em:
GAZETA DE SANTARÉM-Disponível em:
YOU TUBE- Disponívem em:

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