sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Amazônia: Responsabilidade de todos





A Amazônia, o "Santuário Esmeralda"( conforme expressão do cantor e compositor David Assayag), está encolhendo a cada dia,  vítima da exploração criminosa e consentida dos recursos naturais que ela detém. A pecuária, a agricultura em grande escala, a abertura de garimpos clandestinos, a exploração ilegal de madeira, o lançamento de bilhões de litros de esgoto in natura nos rios, alem de outros, deixam à mostra a vulnerabilidade desse bioma que perde volume, sangra e sofre silenciosamente enquanto aguarda por atitudes salvadoras do ser humano.
Ao longo do tempo muita coisa mudou por aqui, desde a chegada dos portugueses por volta de 1540. Começou com as colheita das chamadas ‘drogas do sertão’, passou por lavouras diversas, pela febre da borracha, pela explosão do garimpo, pela construção de hidrelétricas e enfrenta há muito tempo a exploração ilegal de madeira, o desmatamento para dar lugar à agricultura e a explosão demográfica.
A exploração racional dos recursos naturais associada à conscientização de todos configura-se como melhor forma de combatermos o crescente encolhimento da maior floresta tropical do planeta. Muita coisa tem sido dita sobre a preservação e uso sustentável dos recursos naturais ao redor do planeta, muitas reuniões envolvendo chefes de Estado, autoridades em meio ambiente, cientistas das mais diversas áreas e a sociedade em geral, mas os resultados após exaustivos debates mostraram-se tímidos ou ineficazes.

Amazônia de Roberto Carlos- You tube

É importante que todos entendam que não se preserva o meio ambiente com palavras, com promessas ou com omissão. Faz-se necessário que o Estado esteja envolvido diretamente no combate aos crimes ambientais implementando políticas sociais emergenciais (em alguns casos) e duradouras no tocante ao tratamento de esgoto das cidades ribeirinhas, na assistência aos pequenos agricultores que utilizam o método de queimada para limpeza do solo para o cultivo, no preparo e aparelhamento moderno dos agentes fiscalizadores a fim de contribuir para uma vigilância eficaz, além de outras.
A Amazônia está em processo acelerado de degradação e pode, em médio prazo, deixar de ser verde para se tornar cinza (fruto das queimadas) ou amarela (agricultura em larga escala). Qualquer que seja a causa real da destruição do meio ambiente, seja aqui ou em qualquer lugar, é evidente que estamos submetendo a natureza a um tratamento que pela cruel indiferença perante o sofrimento e pela total falta de “humanidade”, chega a ser quase inacreditável. Precisamos fazer a nossa parte para que as gerações que ainda virão possam usufruir daquilo que temos hoje e para que  o Planeta Terra tenha sua “vida útil” prolongada.

sábado, 25 de agosto de 2012

MAMIRAUÁ: UM EXEMPLO PARA O PLANETA


As Unidades de Conservação, sejam de proteção integral ou de desenvolvimento sustentável, tem sido a forma mais eficaz de preservarmos as formas de vida que habitam o meio natural, dando a elas descanso, refúgio e proteção contra as ações nada civilizadas do homem. Um exemplo de sucesso e superação é o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, no Estado do Amazonas, que abriga um autêntico santuário da vida selvagem e mantém as populações tradicionais como parceiras.
 O Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá tem suas raízes no ano de 1980, quando o Primatólogo José Marcio Ayres começa seus estudos na região do Médio Solimões. Mais tarde, em 1985, José Marcio Ayres e o fotógrafo Luis Cláudio Marigo encaminham ao governo federal uma proposta para a criação de uma área para proteção, principalmente voltada para a proteção do primata Uacari-branco (cacajao calvus calvus) que constava na lista oficial de animais ameaçados de extinção, medindo em torno de 200 mil hectares. Solicitação atendida pelo governo federal em 1986 quando criou  a Estação Ecológica de Mamirauá (EEM).
A Estação Ecológica recém-criada foi então transferida para a responsabilidade do governo do Estado do Amazonas que a incorporou através do decreto nº 12.836 de 9 de março de 1990 e aumentou sua área para os limites que conhecemos hoje, totalizando 1, 124 mil hectares e tem como limites o rio Solimões, o rio Japurá e o canal Uati-paraná, na região do médio Solimões no Estado do Amazonas.
Por ser a Estação Ecológica uma espécie de Unidade de Conservação de proteção integral que proíbe a permanência de moradores em sua área, o modelo de estação ecológica para Mamiruá tornou-se inviável, pois haviam inúmeras famílias que viviam ali há anos e a criação da reserva não lhes acrescentaria nada, pelo contrário, lhes tiraria tudo o que tinham. Nos anos de 1994 e 1995 após várias discussões envolvendo autoridades ambientais, o governo do Estado e a população local com o apoio de pesquisadores que elaboraram um plano de manejo e apresentaram uma proposta que mudaria a categoria de Estação Ecológica para Reserva de Desenvolvimento Sustentável. Essa proposta foi aceita pelo governo do Estado do Amazonas e em 1996 foi criada a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e no mesmo ano é divulgado seu plano de manejo.
No ano de 1998 foi criada pelo governo do Amazonas a Reserva Amanã  vizinha a reserva Mamirauá e que faz a ligação entre esta e o Parque Nacional do Jaú.  Juntas Mamirauá e Amanã formam o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá que foi a Primeira Unidade de Conservação do país a utilizar o modelo de desenvolvimento sustentável. É a maior Unidade de Conservação do Brasil localizada em área de várzea e é um dos sítios brasileiros da convenção de Ramsar das Nações Unidas que confere grau de importância a áreas alagadas em todo o mundo.
Com o objetivo de incentivar o uso de maneira sustentada dos recursos naturais nas Reservas de Mamirauá e Anamã  e também para conservar a biodiversidade e proporcionar a melhoria da qualidade de vida das populações residentes nas reservas, foi criado o plano de manejo. Quando foi implantado, esse plano de manejo abrangia uma área de 260 mil hectares, mas devido a necessidade de atender um número maior de ribeirinhos, essa foi expandida para a totalidade das reservas. Essa recente expansão autorizada pelo governo do Estado do Amazonas, em fevereiro de 2011, atendeu assim a solicitação do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e da sociedade civil da região que implementaram mudanças ao plano de manejo elaborado em 1995.
O plano de manejo atual foi elaborado por pesquisadores do IDSM, auxiliados pela sabedoria da população local, monitorando as espécies utilizadas no manejo e em concordância com a legislação ambiental . Esse plano, através de suas várias modalidades, começou a funcionar no ano de 1998, em caráter experimental em comunidades selecionadas onde a população possuía o dom para a atividade econômica e que tivessem acesso aos recursos a serem manejados.
Macaco Uacari branco(graças a ele, existe a reserva Mamirauá) Foto: Pousada Uacari  
O Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá ( IDSM) assiste aos moradores das reservas de Mamirauá e Amanã dando a eles total suporte para o desenvolvimento das atividades implementadas dentro das reservas: orientações para o fortalecimento da gestão comunitária, para a capacitação e aperfeiçoamento das práticas de produção e assessoria para o licenciamento e comercialização dos produtos produzidos nas reservas. Existem várias atividades desenvolvidas, dentre os quais pode-se destacar a agricultura familiar, o artesanato, utilização dos recursos florestais,  utilização dos recursos pesqueiros e o turismo de base comunitária.
Agricultura familiar - Desenvolvido por pesquisadores do IDSM, tem como principal objetivo promover o manejo agroecológico dos agroecossistemas através de um diagnóstico do manejo secular realizado pelas comunidades ribeirinhas e apartir desse diagnóstico implementar técnicas modernas e simples para melhorar essa atividade. Há também o incentivo ao manejo de abelhas nativas sem ferrão, a criação familiar de animais de pequeno porte como galinhas, patos, perus, porcos e carneiros, além da produção de hortaliças.
Artesanato – Incentivado apartir do ano de 1998, inicialmente teve como objetivo repassar o oficio para as novas gerações pois poderia perder-se no tempo caso não houvesse a prática. Hoje é um oficio muito valorizado e respeitado dentro e fora das reservas, tendo em vista a grande procura pelos ecoturistas que visitam as reservas e desejam levar uma lembrança de Mamirauá.
Recursos florestais – Implementada com o objetivo de realizar a extração sustentável da madeira por meio de planejamento, de seleção, monitoramento e execução do projeto com participação ativa dos ribeirinhos interessados na exploração desse recurso.
Recursos pesqueiros – A pesca é a atividade econômica mais importante para os ribeirinhos da Amazônia e por isso, o IDSM implantou apartir do ano de 1997 o programa de manejo da pesca com o objetivo de promover a exploração sustentável dos recursos pesqueiros nas reservas do instituto. Tendo como principal produto de comercialização o internacionalmente conhecido Pirarucu ( Arapaima gigas ) que anualmente tem uma comercialização de 1000 toneladas. Além do Pirarucu existem outras espécies economicamente viáveis como o Tambaqui (Colossoma macropomum), além de outras espécies.
Turismo de base comunitária – Dentro da Reserva Mamirauá foi construída uma pousada para a hospedagem de visitantes  interessados em conhecer as atividades desenvolvidas na reserva, assim como as maravilhas naturais existentes nessa região. A pousada é administrada pelos próprios ribeirinhos que receberam treinamento para a atividade. O programa tem como objetivo promover assessoria técnica para as iniciativas de turismo de base comunitária e subsidiar o manejo dessa atividade.
Além das atividades citadas anteriormente, o IDSM recebe cientistas de várias universidades do Brasil e também do exterior  interessados em desenvolver estudos relacionados ao desenvolvimento sustentável e também sobre as espécies animais e vegetais (muitas endêmicas) que habitam a área das reservas.
O Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá  é um exemplo de Unidade de Conservação que deu certo. Com planejamento, mobilização da sociedade civil, pesquisadores de várias universidades, ribeirinhos moradores das reservas e autoridades governamentais  empenhados em proteger  a natureza . É um exemplo impressionante que prova que com vontade política e com a ajuda da população e pesquisadores, é possível a exploração sustentável dos recursos naturais através de manejo adequado e promover melhoria da qualidade de vida dos moradores locais sem precisar agredir o meio ambiente. O exemplo de sucesso desse modelo de exploração nos deixa orgulhosos em saber que em algum lugar do Brasil a natureza está sendo bem cuidada. Está havendo uma perfeita sincronia entre o homem e o meio ambiente. É a prova que poderemos preservar a natureza sem criar mitos.
Fonte: Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá- Disponível em:<http://www.mamiraua.org.br/>.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Raposa Serra do Sol: miséria e riqueza


Com sua demarcação assinada pelo Presidente da República em 2005 e ratificada pelo Supremo Tribunal Federal(STF) em 2009, a reserva indígena Raposa Serra do Sol, localizada no Estado de Roraima, ocupa uma área de 1,7 milhões de hectares, o que representa por volta de 7% da área total do Estado. Na reserva, vivem quase 20 mil índios de várias etnias que agora podem usufruir de toda a extensão demarcada com exclusividade, já que todos os não índios foram obrigados a deixar a reserva, sendo necessária uma operação da polícia federal para garantir a desocupação.
A reserva indígena Raposa Serra do Sol finalmente saiu do papel após uma luta de 88 anos ( segundo documentos oficiais, a criação da reserva foi recomendada em 1917) e trouxe consigo grandes problemas vinculados aos dois lados interessados na demarcação: os “brancos” que viviam na área da reserva e os índios que reivindicaram o direito à terra. Por um lado, os brancos que viviam na área plantavam arroz que abastecia o Estado e também os estados vizinhos e respondia por 6% do PIB de Roraima, além de outras propriedades de criação de gado e por outro lado, os índios de diversas etnias apoiados pela Fundação Nacional do Índio(FUNAI) e outros órgãos estatais,além de diversas ONGs.
Após a demarcação, houve uma série de atos violentos por parte dos arrozeiros (plantadores de arroz) que incendiaram várias casas dos índios, bloquearam estradas, ameaçaram de morte e chegaram até estacionar um carro bomba em frente a instalação onde estavam diversos policiais federais, designados para retirar os brancos da reserva, além de muitas outras ações em represália à decisão do STF. Até o governador do Estado entrou na briga decretando sete dias de luto oficial em protesto à demarcação das terras, alegando que o Estado só teria a perder.


Reserva Raposa Serra do Sol- Fonte: Blog Geografia Hoje


As consequências dessa ação do governo federal foram sentidas algum tempo depois, na periferia de Boa Vista (capital de Roraima), surgiram 4 favelas que em sua maioria são povoadas por brancos que viviam na área da reserva e foram expulsos e ainda aguardam a indenização por parte da União. As favelas também são ocupadas por vários índios que trabalhavam nas propriedades dos arrozeiros e vendiam sua produção(mandioca,frutas e pequenos animais) para estes e  que agora não tem como sobreviver na reserva, uma vez que não existe mais o salário que garantia seu sustento, assim como não há para quem vender sua produção de subsistência.
O que não foi  divulgado, que talvez seja o principal motivo da vontade dos índios  demarcarem a reserva é que na Raposa Serra do Sol existe a maior reserva de ouro do planeta; existe a maior reserva de nióbio que supera em 14 vezes a quantidade conhecida no mundo, capaz de ser explorada por mil e duzentos anos ininterruptos; há a segunda maior reserva de urânio do planeta; há reserva de diamantes, zinco e muitos outros minérios. Coincidentemente, surgiram vários garimpos clandestinos de ouro e diamante, operados pelos índios que livres da concorrência do homem branco, podem explorar “por baixo dos panos” uma riqueza que por lei pertence à União, mas por estar localizada em uma reserva indígena, não pode ser explorada, teoricamente.
A demarcação da reserva Raposa Serra do Sol, certamente atendeu a interesses internacionais alimentados por ONGs que detinham de alguma forma o conhecimento do potencial mineral da área e que agora usufruem com a ajuda dos índios que ficaram, da exploração ilegal dos minérios. A criação da reserva trouxe até agora mais prejuízos  do que benefícios para o Estado de Roraima e quem sabe trará muito mais prejuízos, dessa vez ao Brasil, pois os limites da reserva extendem-se até  a fronteira com a problemática Venezuela e com a Guiana, que pode ser (se não já for) a porta de entrada para estrangeiros atuarem livremente na reserva, sem que possamos saber que eles estão ali e o que estão fazendo.   
 
  

 Fonte:


segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Preço da Amazônia: 50 bilhões de dólares


  É de partir o coração saber que em torno de 3 milhões de hectares  de terras da Amazônia foram compradas por estrangeiros nos últimos anos, a notícia é do Portal Amazônia.com  e  serve como alerta, pois esse número tende a aumentar com a aprovação no congresso nacional da liberação de compra de terras por empresas brasileiras com capital estrangeiro. Na prática, esse tipo de aquisição favorecerá o investidor estrangeiro que indiretamente é o dono das terras que foram adquiridas.
  No ano de 2008, veio à tona uma denúncia amplamente divulgada pela imprensa brasileira de que o   megaempresário sueco-britânico  Johan Eliach havia comprado as terras de uma madeireira falida no Estado do Amazonas, a área adquirida por este senhor soma a impressionante marca de 160 mil hectares de floresta em pleno Brasil. Essa área é maior que a cidade de São Paulo e agora está nas mãos de um estrangeiro que é o fundador da ONG  COOL EARTH ( terra legal - em português) que teoricamente tem o propósito de “ajudar” os ribeirinhos da comunidade de Democracia, no município de Manicoré, Estado do Amazonas, onde ficam as terras adquiridas.

                                           Reportagem do Fantástico- You Tube

  Ainda focando em Johan Eliasch, a ABIN( Agência Brasileira de Inteligência) e a Polícia Federal abriram investigação para apurar como se deu a aquisição de uma grande quantidade de terras amazônicas por ele e também para apurar o incentivo do empresário a um grupo de empresários para investirem na Amazônia, pois seria possível compra-la por 50 bilhões de dólares.  Vejam senhoras e senhores, nossa Amazônia tem um preço e com a conivência do congresso nacional em breve teremos uma multiplicação de áreas controladas por estrangeiros bem superiores aos 3 milhões de hectares atuais.
  É indispensável que haja uma fiscalização eficiente e imparcial para apurar qual o número exato de hectares de terras amazônicas está nas mãos de estrangeiros. Entendo que é necessário proteger, entendo que temos a obrigação de proteger, mas não é vendendo pequenas ou grandes porções de terras a estrangeiros que vamos garantir a proteção da natureza na Amazônia. Se continuarem a fatiar esse patrimônio natural brasileiro em pouco tempo este bem comum estará internacionalizado e  nada podemos fazer.

Fonte: G1- Disponível em:
EXAME.COM- Disponível em: 
PORTAL AMAZÔNIA.COM- Disponível em:
YOU TUBE- Disponível em: 

domingo, 19 de agosto de 2012

A soja no Oeste do Pará: "O grão da discórdia"

   O Greenpeace publicou um documentário no ano de 2007 que  retrata as conseqüências da invasão da cultura da soja no Oeste do Estado do Pará, mais especificamente na cidade de Santarém. Essa invasão foi e é responsável por devastar uma área gigantesca de floresta para ceder de maneira forçada lugar ao plantio deste grão que está sendo chamado de “grão da discórdia”.
                     Documentário do GREENPEACE- YOU TUBE

  Paralela a essa invasão, está o porto da CARGILL ( multinacional norte-americana líder mundial em exportação de soja) situado na cidade de Santarém que movimenta 60 mil toneladas de soja por ano e tem pretensão de aumentar para 90 mil toneladas. A maioria da soja que chega ao porto da empresa em questão é proveniente do Estado do Mato Grosso que chega até Santarém pela BR-163, a rodovia Santarém-Cuiabá.
  Mas onde quero chegar? Bem, pelo que foi divulgado amplamente pela imprensa local, o porto foi construído sem a licença de instalação e sem um estudo de impacto ambiental que possibilitasse seu funcionamento dentro dos padrões estabelecidos pelas leis ambientais. Após o Ministério público  entrar no caso, houve uma mobilização da Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Pará, visando solucionar o impasse, porém de forma surpreendente e após uma reunião à  portas fechadas, como revela o GREENPEACE, a licença  foi concedida.
  Várias entidades, incluindo o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Santarém, a Pastoral da Terra e outras, repudiaram a decisão do governo paraense, alegando que houve fraude, pois uma empresa terceirizada emitiu o relatório sobre o estudo de impacto ambiental, usando informações falsas (segundo as entidades contrárias) para favorecer a Cargill.
  Outra situação negativa que o porto graneleiro de  Santarém trouxe foi a invasão de grandes produtores de soja do centro-sul do país que adquirem as terras de pequenos produtores, muitas dessas propriedades são adquiridas sob ameaça. Uma vez adquiridas essas propriedades juntam-se e formam uma só propriedade, onde o novo proprietário trata de preparar para o plantio da soja, utilizando técnicas rústicas de limpeza, como a derrubada e queimada da vegetação .
   Área de Plantio de soja em Santarém- Foto: Terra Magazine
  A soja, seja a vinda do Mato Grosso , seja a cultivada nos limites do município de Santarém, só                     traz  prejuízos ao meio ambiente, pois ambas utilizam-se de métodos nada convencionais para se fixarem na região, provocam o inchaço populacional do município, uma vez que os pequenos proprietários que forçados a vender suas terras avançam para a cidade, formando favelas onde antes era vegetação e aumentando os problemas sociais.
  Há muitas controvérsias sobre este grão que é um dos produtos de orgulho do Brasil com diversas variedades adaptadas a qualquer região do país. O fato é que este grão minúsculo é o responsável pela perda de uma imensa área na Amazônia que cresce a cada ano.
Há uma grande maioria da sociedade brasileira que considera que a soja traz o progresso para a região onde é plantada, mas isso parece não acontecer na Amazônia, em especial no Oeste do Pará, pois o que a soja traz para a região é somente a destruição do meio ambiente. Teoricamente seriam gerados muitos empregos na região em virtude das plantações, mas na prática não é isso o que realmente ocorre.
  No geral, quero trazer a todos uma informação que talvez a maioria das pessoas no Brasil não sabem: a soja, ao mesmo tempo que ela coloca o Brasil na condição de segundo maior exportador do grão, o coloca também na condição de campeão de desmatamento e consequentemente campeão em destruição de toda a vida animal das áreas devastadas. 

Fonte: GREENPEACE- Disponível em:
GAZETA DE SANTARÉM-Disponível em:
YOU TUBE- Disponívem em:

sábado, 18 de agosto de 2012

Preservar a natureza é preservar a raça humana

Não faz tanto tempo assim desde que a Revolução Industrial mudou  o destino da humanidade com a implantação de indústrias dos mais variados setores que devoraram e ainda devoram matéria-prima bruta retirada da natureza para transformar em um produto acabado e contribuindo significativamente para a degradação do meio natural.
No momento em que governos, cientistas, ONGs e a sociedade de forma geral estudam uma forma de mudar os hábitos da população mundial, a natureza mostra sua fúria através de furacões cada vez mais violentos, chuvas em grande quantidade que destroem casas e provocam um caos generalizado na região em que ocorrem; além de muitas outras manifestações violentas.
Já sabemos que estamos com a capacidade máxima de exploração dos recursos naturais, nosso consumo está além, muito além da capacidade de reposição pela natureza. Dessa forma, é necessário que se faça de maneira urgente uma intervenção no nosso modo de ver a natureza a começar introduzindo na cabeça das pessoas a idéia de que também somos partes do meio ambiente, também somos natureza e sendo assim, quando agredimos o meio ambiente estamos agredindo a nós mesmos.
È necessário também que se criem áreas de conservação como o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, no Estado do Amazonas, que é a primeira reserva de desenvolvimento sustentável do Brasil, além de ser a única do mundo localizada totalmente em área de mata de várzea. Esta reserva é um exemplo de sucesso, pois concilia preservação do meio ambiente, geração de emprego e renda através dos vários projetos desenvolvidos na reserva e é um vasto campo de pesquisa para cientistas de todo o globo terrestre que vem realizar pesquisas em uma área totalmente preservada.
Ao preservarmos uma área de floresta de várzea, terra firme; cerrado, caatinga, etc..., estamos garantindo que a vida tenha uma chance: os animais que vivem naquela área e que morrerão por não terem para onde ir; os vegetais, muitos ainda desconhecidos da ciência e que talvez contenham a cura para alguns males da humanidade. Quando preservamos, depositamos nossas esperanças para o futuro daquela área, garantimos que todo um ecossistema se mantenha em condições de dar continuidade ao ciclo natural.
Manejo do Pirarucu na Reserva Mamirauá- Foto: Equator Initiative

A conservação é chave para a sobrevivência da humanidade, pois tudo está interligado, se cometemos um desastre ambiental aqui, as conseqüências serão sentidas em escala mundial. É mais fácil conservar o que temos hoje do que amargarmos um prejuízo incontável com a degradação do meio natural em escala global que fatalmente nos levará a extinção, exemplos em pequena escala não faltam, basta olharmos e analisarmos.



sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Água potável: Desafio do século XXI

Ao ler a reportagem do portal de notícias G1, em que o Comandante Militar da Amazônia afirma que "A Amazônia abriga as respostas e soluções para os grandes problemas da humanidade: água potável, biodiversidade, recursos minerais",uma coisa chamou minha atenção: A água existente no interior do "santuário esmeralda" privilegia o Brasil em relação às outras nações. Segundo projeções da ONU, em 2100 o mundo terá 10 bilhões de habitantes e uma pergunta que me faço hoje é: Teremos água para saciar-lhes a sede?
Hoje, temos uma população de 7 bilhões de habitantes e já enfrentamos dificuldades de abastecimento de água potável em vários cantos do planeta. Estes problemas que acontecem em lugares distantes, aproximam-se de nossa realidade tranquila no tocante a esse bem indispensável à sobrevivência da raça humana e da vida de forma geral na terra.

É importante que todos os brasileiros conscientizem-se sobre o uso correto da água. É necessário que seja interrompido o criminoso despejo de mercúrio nos rios á procura do ouro, processo que continua sendo utilizado nos garimpos da Amazônia, apesar de ser provado cientificamente que este metal pesado é altamente prejudicial à saúde, podendo causar câncer, além de outras consequências.

Garimpo em atividade-FONTE: Jornal A Crítica

É necessário que se implemente uma fiscalização eficiente no tocante à preservação ambiental nas nascentes dos rios, igarapés,lagos e outros. É necessário que se implemente ainda uma rede eficiente de coleta e tratamento de esgoto, uma vez que perto de 100% dos municípios ás margens do Rio Amazonas e afluentes lançam seus esgotos sem tratamento algum diretamente no rio. Por fim, faz-se necessário urgentemente que o estado em todas as esferas se interesse pelas causas ambientais.

A água é um bem essencial à sobrevivência da humanidade e de todos os seres que habitam o planeta Terra. Ao estarmos privilegiados por ter as duas maiores bacias hidrográficas e o maior rio do planeta, deveríamos também saber cuidar bem daquilo que nos pertence, pois a colocação do Comandante Militar da Amazônia que citei no início é sábia. Se não houver por parte de todos e de cada um, uma nova visão a respeito da água, estaremos condenados a ser no século que se inicia, não mais um país de futuro, mas um país sem futuro.

Fonte:
G1: http://g1.globo.com/brasil/noticia/2012/08/rica-extensa-e-vulneravel-amazonia-e-preocupacao-numero-1-do-exercito.html
JORNAL A CRÍTICA: http://acritica.uol.com.br/amazonia/Governo-Amazonas-autorizar-mercurio-garimpo_0_755924506.html
REVISTA VEJA: http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/qual-o-papel-do-brasil-em-um-mundo-de-7-bilhoes-de-pessoas

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

ONGs na Amazônia: Perigo disfarçado.

O Exército Brasileiro vê com desconfiança a atuação de certas ONGs no interior da Amazônia, segundo o Portal G1, o Comandante Militar da Amazônia, General Eduardo Villas-Boas, está preocupado com a atuação dessas Organizações no coração amazônico, pois estas estariam envolvidas com "a venda ilegal de terras indígenas, a apropriação indevida de recursos da floresta por estrangeiros, além de impedir o desenvolvimento da região".
FONTE:BLOG Planeta MS http://planetams.blogspot.com.br/2012/05/amazonia-o-paraiso-das-ongs.html

A preocupação do Comandante Militar da Amazônia deve ser compartilhada por todos os brasileiros que tem a responsabilidade de governar o país, pois já estamos em estado de alerta contra um inimigo que já está entre nós, disfarçado de homem bom. Num momento em que os olhos do país estão voltados para o julgamento do "mensalão", certamente não sobrará tempo para dar atenção aos problemas que a Amazônia enfrenta com as más ONGs. Até o vice-presidente da República Michel Temer, concorda que devemos dar maior atenção aos assuntos da Amazônia ao afirmar que "é uma casa abandonada". O Exército Brasileiro trava uma batalha diária nas áreas de fronteira contra o isolamento, o sucateamento do material e armamento, dentre outras muitas dificuldades. Mesmo assim, continua firme no propósito que deveria ter a adesão de todos: o amor e a defesa da Pátria.

Fonte: G1- Disponível em:
< http://g1.globo.com/brasil/noticia/2012/08/rica-extensa-e-vulneravel-amazonia-e-preocupacao-numero-1-do-exercito.html">.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Viagem de barco: belezas naturais e um relato preocupante




                                 CRIANÇAS À ESPERA DE DOAÇÕES- FOTO: ACERVO PESSOAL

É uma experiência fantástica atravessar a Amazônia navegando pelo rio Amazonas e afluentes a bordo de uma embarcação regional. Os rios na região servem como meios transitáveis, pois como diria o poeta e compositor paraense Rui Barata "esse rio é minha rua", e  navegar nas "ruas" da bacia amazônica é uma oportunidade para ver a vida dura, porém, fascinante dos ribeirinhos que habitam essa parte do país.
O barco - meio de transporte mais usado devido à peculiaridade geográfica da região- sai de Belém carregado de passageiros e de carga que são distribuídos nos portos intermediários. Muitos desses barcos que carregam pessoas e mercadorias no interior da Amazônia são de grande porte, são os chamados navios a motor (feitos de ferro ou madeira), alguns suportam mais de quinhentos passageiros; neles há espaço para armar rede (grande maioria dos passageiros); há camarotes com ar condicionado e, certos navios, oferecem suíte- para aqueles que desejam privacidade e estão dispostos a pagar mais; geralmente os barcos de linha apresentam uma área de lazer, onde se pode desfrutar de música ao vivo ou música mecânica; e há as refeições fornecidas pela embarcação e pagas à parte pelo passageiro.
Deixando a descrição da embarcação de lado e voltando os olhos para o rio e suas margens, nota-se o quanto é única e imensamente fantástica a natureza amazônica. Ela nos deixa perplexos diante da forma espantosa que se desenha à cada curva que o rio faz; e quando o rio não faz curva alguma, nos deixa perplexos diante  da beleza linear que se desenha.
Contrastando com a beleza natural, observa-se, após algumas horas de viagem, uma quantidade enorme de pequenas embarcações, cada uma com 2, 3 até 4 ocupantes, na sua  maioria crianças, esperando que os passageiros dos barcos joguem  roupas, alimentos e outras coisas úteis para elas. Este hábito de esperar as embarcações na esperança de recolher alimentos e objetos, envoltos em sacolas plásticas, atiradas por algum passageiro, é a principal ocupação destas crianças durante todo o dia.

Ao longo do rio, no Estreito de Breves, o número de canoas carregadas de crianças esperando pelas doações  aumenta, e nelas, para conseguir a simpatia dos passageiros, sempre há uma criança de no máximo 3 anos acenando, enquanto  as outras, maiores, ficam  gritando para os passageiros. Essas crianças têm a incrível habilidade de  fazer a canoa minúscula resistir as ondas produzidas pelos barcos e de atracarem nele em movimento para comercializarem açaí em polpa, camarão, e, de vez em quando, algumas meninas sobem a bordo para comercializarem seus corpos-  lado vergonhoso da realidade dessa região tão desprovida de atenção dos organismos estatais.
O senhor Orivaldo Santos, marinheiro com mais de  40 anos de experiência no trajeto Belém-Manaus, nos relata que o caso das crianças pedintes nem sempre foi assim: há muitos anos as embarcações que faziam a rota passavam em alta velocidade e provocavam ondas que destruíam as canoas que ficavam atracadas nos trapiches¹ das casas.  E, para evitar que essas canoas fossem destruídas, os pais mandavam as crianças saírem com as embarcações. Os passageiros, achando que as crianças estavam no meio do rio para pedir alguma coisa, começaram a atirar sacolas nas águas e a partir daí começou essa situação.
Ainda segundo o senhor Orivaldo Santos, a prostituição das meninas do Estreito de Breves acontece uma vez ou outra. Ele  conta que as crianças vêm a bordo para trocar suas frutas e camarão por óleo diesel e gasolina, pois o dinheiro não tem muita serventia na região, e esses combustíveis servem de moeda de troca no comércio local.  Acontece que algumas meninas, se aproveitando da facilidade de subir a bordo, viram a chance de conseguir algo mais vendendo seus corpos, "mas não são todas", ressalta o marinheiro.
                       CRIANÇAS À ESPERA DE DOAÇÕES- FOTO: ACERVO PESSOAL

As crianças pedintes do baixo Rio Amazonas assemelham-se aos meninos e meninas de rua dos centros urbanos: os rios são as ruas e rodovias; e os barcos são os carros. E as prostitutas juvenis equivalem às prostitutas de rua das cidades, com a diferença de que, aqui, a prostituição é realizada na frente de suas casas e com o aval de seus pais. É bom destacar que, a regra do aval dos pais serve tanto para os pedintes quanto para a prostituição, pois os próprios pais foram pedintes e as mães, muitas delas foram prostitutas um dia.
Tirando essa lamentável realidade que é a prostituição e os pedintes aquáticos, a viagem através do Rio Amazonas é apaixonante! Vemos coisas que só existem aqui, neste pedaço do Brasil esquecido e só citado quando há escândalos ou outra coisa ruim e que tenha potencial para vender jornais e revistas, e aumentar a audiência das televisões. È uma região que precisa ser olhada com carinho e que precisa de investimentos pesados em todas as áreas, em especial na área social.
Quem sabe, essas crianças que hoje vendem sua inocência; vendem camarão, açaí e acenam na esperança de conseguir algo, consigam atrair a atenção do governo para dar início a erradicação dessas práticas que hoje são atração turística : um turismo da vergonha. Quem sabe se o Estado se fizer presente na região com a implementação de políticas sociais emergenciais - nas áreas da saúde, educação, alimentação, agropecuária sustentável... - possamos navegar pelo Rio Amazonas e apreciar sua beleza sem ver as cenas que hoje tomam nosso coração de profunda tristeza. Quem sabe, possamos navegar pelo Grande Rio desfrutando das suas belezas naturais e se orgulhando do seu desenvolvimento social. 

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Nova Guerra Fria se desenha na América Latina

Como se sabe, a Colômbia vem sendo patrocinada pelos EUA no tocante ao treinamento, logística e todo o restante do aparato necessário para travar ferozmente uma guerra no combate às FARC. Esta iniciativa tem apresentado resultados ora positivos, ora negativos, pois noticia-se que vez ou outra as forças governamentais são alvo de emboscadas montadas pelas FARC.

 Por outro lado, a Venezuela se arma até os dentes patrocinada pela adormecida (mas não morta) Rússia. De vez em quando é publicado na mídia noticiário sobre a compra de armamentos, aviões, tanques de guerra, etc. da Rússia pela Venezuela.
Estes acontecimentos passam despercebidos pela maioria das pessoas latino-americanas e pode desencadear um conflito real entre Colômbia e Venezuela alimentado nos bastidores por uma queda de braço ainda que não declarada entre EUA e Rússia. Vamos ficar de olho.

Fonte: <http://portuguese.ruvr.ru/2012_06_30/helicopteros-centros-de-manutencao-venezuela-russia-exportacoes-armamentos/>.
 <http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/04/120411_plano_colombia_lf.shtml>.
<http://www.forte.jor.br/2012/03/25/importacoes-venezuelanas-de-armas-crescem-555-em-cinco-anos/>.