terça-feira, 4 de setembro de 2012

Curiosidades sobre o desenvolvimento da Região Norte


  O desenvolvimento sempre foi objeto de busca incessante pelos povos ao redor da Terra, muitas vezes (grande maioria) esse desenvolvimento chega trazendo consigo uma série problemas que caminham paralelos. Mas o desejo de desenvolver determinada região é tão forte que as conseqüências desse feito ficam em segundo plano, ainda que estas possam num futuro próximo ou em um futuro distante, comprometer a própria existência da vida naquela região. É o que parece estar acontecendo com a Região Norte, região que foi desbravada à força e que em virtude da ocupação sem planejamento adequado  encontra-se em situação preocupante.
  Na região o onde começo da migração intensa deu-se no fim do século 19 e intensificou-se no século 20 cujo  motivo que levou a essa migração ( principalmente de nordestinos ) foi a exploração da borracha. È uma região gigantesca em termos territoriais e também gigantesca em diversidade de vida de todos os tipos.  Por estar distante do Centro-Sul do país, a Região Norte demorou a ser povoada e com a mentalidade do governo militar que era preciso “ocupar para não entregar”, deu-se então a invasão da região por parte de inúmeros fazendeiros da Região Sul e Sudeste dispostos a desmatar imensas áreas para dar lugar a plantações de grãos e para a criação de gado com a benção do governo.
Foi criada a SUDAM (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia) para promover o desenvolvimento da região através de incentivos fiscais para atrair empresas para a região. Foi então criada a Zona Franca de Manaus  que com seus incentivos fiscais atraiu as maiores empresas do planeta para se instalarem na Amazônia, o que provocou um inchaço na cidade de Manaus pois atraiu milhares de pessoas de toda a região norte e até de outras regiões em busca de emprego nas empresas recém- chegadas. Essa industrialização da cidade de Manaus através da chegada de milhares de empresas alavancou a economia do Estado do Amazonas e trouxe um outro problema, a poluição do meio ambiente pelos resíduos tóxicos despachados pelas fábricas,  mas isso não era problema para a época, o importante era desenvolver a região mesmo que para isso fosse necessário acabar com o meio ambiente( hoje, a realidade é outra, existe uma preocupação com a natureza por parte das empresas).

Fábrica do projeto Jarí- Foto: Site Centro-Oeste

Com seus incentivos fiscais garantidos até 2023, a Zona Franca de Manaus garante emprego de forma direta e indireta para 500 mil pessoas e é responsável por injetar alguns milhões de reais no comércio, no setor de serviços e outros setores do Estado do Amazonas. É inegável que as empresas que estão em Manaus farão muita falta, caso deixem a cidade, no caso de uma “não renovação” dos incentivos fiscais a partir de 2023.
        Outro projeto que merece destaque é o Projeto Jarí que nos anos 1960 e 1970 foi instalado na divisa entre os estados do Pará e Amapá ( na época era território) por um milionário norte americano com o objetivo principal de extrair celulose na região e posteriormente se expandiria para outros ramos como a mineração, pecuária  e agricultura.  A área pertencente ao empresário era gigantesca e para que o projeto fosse adiante  foi necessário montar uma verdadeira estrutura como a construção de escolas, hospitais etc. Até uma cidade foi inaugurada para abrigar os trabalhadores do projeto. Mas o projeto se tornou inviável e o empresário negociou com o governo uma saída para a situação.
       Hoje, vemos  na Região Norte uma significativa melhoria nos padrões de vida( ainda não é o ideal) da população. No Norte temos o Estado cada vez mais presente, seja através das Forças Armadas com assistência a saúde das populações, com projetos de infraestrutura em vários municípios através do projeto Calha Norte , instituído para “promover a Ocupação e o desenvolvimento ordenado e sustentável da região". 
         É muito difícil promover o desenvolvimento dessa região sem esbarrar no problema da degradação do meio ambiente. No passado foram usados “slogans” para incentivar a ocupação das áreas desabitadas sem levar em conta os impactos que essa ocupação traria à natureza. Após vários anos, notamos que essas ações desencadeadas pelo Estado foram responsáveis por colocar abaixo milhões de hectares de florestas intocadas até então. Dizimamos várias tribos de índios que habitavam as florestas muito antes da chegada dos portugueses, culturas que desapareceram para sempre. Envenenamos a água de rios buscando ouro nos garimpos do rio Tapajós no Pará e em outros lugares.
        Diante de atos tão tenebrosos que promovemos, devemos parar por um minuto e por a mão na consciência e nos perguntar: fizemos isso para o bem da humanidade? E nossos filhos e netos? O que deixaremos para eles? Com a ciência a nosso favor, poderíamos começar a usar os recursos naturais de forma responsável através da mudança de nossos hábitos de consumo. A população da região Norte ainda conta com assistência precária do Estado que parece não justificar os milhões de reais destinados ao desenvolvimento da região. 

FONTE:
SUFRAMA- Disponível em:<http://www.suframa.gov.br/>.
           

Um comentário:

  1. fala meu amigo José!
    Essa sua iniciativa de divulgar os assuntos da nossa Amazônia é de extrema importância, pois poucas pessoas sabem o que realmente acontece na Amazônia. parabéns e continue nesse grande projeto!
    Miguel Lustosa

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