O
desenvolvimento sempre foi objeto de busca incessante pelos povos ao redor da
Terra, muitas vezes (grande maioria) esse desenvolvimento chega trazendo
consigo uma série problemas que caminham paralelos. Mas o desejo de desenvolver
determinada região é tão forte que as conseqüências desse feito ficam em
segundo plano, ainda que estas possam num futuro próximo ou em um futuro
distante, comprometer a própria existência da vida naquela região. É o que
parece estar acontecendo com a Região Norte, região que foi desbravada à força
e que em virtude da ocupação sem planejamento adequado encontra-se em
situação preocupante.
Na
região o onde começo da migração intensa deu-se no fim do século 19 e
intensificou-se no século 20 cujo motivo que levou a essa migração (
principalmente de nordestinos ) foi a exploração da borracha. È uma região
gigantesca em termos territoriais e também gigantesca em diversidade de vida de
todos os tipos. Por estar distante do
Centro-Sul do país, a Região Norte demorou a ser povoada e com a mentalidade do
governo militar que era preciso “ocupar para não entregar”, deu-se então a
invasão da região por parte de inúmeros fazendeiros da Região Sul e Sudeste dispostos a
desmatar imensas áreas para dar lugar a plantações de grãos e para a criação de
gado com a benção do governo.
Foi
criada a SUDAM (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia) para promover
o desenvolvimento da região através de incentivos fiscais para atrair empresas
para a região. Foi então criada a Zona Franca de Manaus que com seus incentivos fiscais atraiu as
maiores empresas do planeta para se instalarem na Amazônia, o que provocou um
inchaço na cidade de Manaus pois atraiu milhares de pessoas de toda a região
norte e até de outras regiões em busca de emprego nas empresas recém- chegadas.
Essa industrialização da cidade de Manaus através da chegada de milhares de
empresas alavancou a economia do Estado do Amazonas e trouxe um outro problema,
a poluição do meio ambiente pelos resíduos tóxicos despachados pelas fábricas, mas isso não era problema para a época, o
importante era desenvolver a região mesmo que para isso fosse necessário acabar
com o meio ambiente( hoje, a realidade é outra, existe uma preocupação com a natureza por parte das empresas).
Fábrica do projeto Jarí- Foto: Site Centro-Oeste
Com
seus incentivos fiscais garantidos até 2023, a Zona Franca de Manaus garante
emprego de forma direta e indireta para 500 mil pessoas e é responsável por
injetar alguns milhões de reais no comércio, no setor de serviços e outros
setores do Estado do Amazonas. É inegável que as empresas que estão em Manaus
farão muita falta, caso deixem a cidade, no caso de uma “não renovação” dos
incentivos fiscais a partir de 2023.
Outro
projeto que merece destaque é o Projeto Jarí que nos anos 1960 e 1970 foi
instalado na divisa entre os estados do Pará e Amapá ( na época era território)
por um milionário norte americano com o objetivo principal de extrair celulose
na região e posteriormente se expandiria para outros ramos como a mineração,
pecuária e agricultura. A área pertencente ao empresário era
gigantesca e para que o projeto fosse adiante
foi necessário montar uma verdadeira estrutura como a construção de
escolas, hospitais etc. Até uma cidade foi inaugurada para abrigar os
trabalhadores do projeto. Mas o projeto se tornou inviável e o empresário
negociou com o governo uma saída para a situação.
Hoje, vemos na Região Norte uma significativa melhoria nos
padrões de vida( ainda não é o ideal) da população. No Norte temos o Estado cada vez mais presente,
seja através das Forças Armadas com assistência a saúde das populações, com
projetos de infraestrutura em vários municípios através do projeto Calha Norte
, instituído para “promover a Ocupação e o desenvolvimento ordenado e
sustentável da região".
É muito difícil promover o desenvolvimento dessa
região sem esbarrar no problema da degradação do meio ambiente. No passado
foram usados “slogans” para incentivar a ocupação das áreas desabitadas sem
levar em conta os impactos que essa ocupação traria à natureza. Após vários
anos, notamos que essas ações desencadeadas pelo Estado foram responsáveis por
colocar abaixo milhões de hectares de florestas intocadas até então. Dizimamos
várias tribos de índios que habitavam as florestas muito antes da chegada dos
portugueses, culturas que desapareceram para sempre. Envenenamos a água de rios
buscando ouro nos garimpos do rio Tapajós no Pará e em outros lugares.
Diante
de atos tão tenebrosos que promovemos, devemos parar por um minuto e por a mão
na consciência e nos perguntar: fizemos isso para o bem da humanidade? E nossos
filhos e netos? O que deixaremos para eles? Com a ciência a nosso favor,
poderíamos começar a usar os recursos naturais de forma responsável através da
mudança de nossos hábitos de consumo. A população da região Norte ainda conta
com assistência precária do Estado que parece não justificar os milhões de
reais destinados ao desenvolvimento da região.
FONTE:
fala meu amigo José!
ResponderExcluirEssa sua iniciativa de divulgar os assuntos da nossa Amazônia é de extrema importância, pois poucas pessoas sabem o que realmente acontece na Amazônia. parabéns e continue nesse grande projeto!
Miguel Lustosa