O senhor Irino, morador das
margens do Lago Grande de Monte-Alegre, no Pará, contou certa vez uma história
que deixou muita gente arrepiada diante dos detalhes relatados que ele jurou ser a mais pura verdade. Há uma
ilha no Lago Grande, que por ser afastada da terra firme, pouca gente se arrisca
a ir, pois existem rumores de ser mal assombrada e tem gente que já viu muita “misura”
por lá. Mas, numa certa noite de luar com o vento calmo, o seu Irino ,
juntamente com um outro pescador resolveram tentar a sorte e lançar as malhadeiras(redes de pesca) nas proximidades da ilha.
Ao lançarem todas as redes,
resolveram ir à terra para descansar e aguardar a hora de revistar as redes pra ver se algum peixe fora capturado, assim o fizeram. A lua brilhava como se fosse um dia claro e eles adormeceram, deitados no pedregulho da Ilha da Mucura, como é conhecida a ilha em questão, acordando lá
pelas altas horas da noite com barulho de um galope de cavalos.
Assustados, não tiveram ação pra
levantar e perceberam que os cavalos se aproximavam em alta velocidade e
passaram por cima deles, mas sem encostar uma pata, perceberam então que
se tratava de dois cavalos, um branco e um preto cujos pelos tinham um brilho
fora do comum refletindo a luz do luar. Os dois pescadores assustados,
lembraram-se que na ilha não havia
moradores, muito menos animais e nessa hora ouviram um barulho que vinha da
mata de várzea atrás deles e quando olharam, ficaram assombrados com o que viram.
Havia um vulto de um ser humano
com um chapéu na cabeça que os chamava
, apontava para algo no chão que os dois pescadores identificaram como sendo um
caixão e havia também uma espécie de fogueira com um fogo na cor azul que o
ser, hora ou outra atiçava com areia que ele pegava no chão e atirava sobre o
fogo . O medo tomava conta do coração
dos homens , mas a curiosidade em saber o que ou quem era aquela criatura que
os chamava, o que queria e por que estava ali , era maior e superava qualquer
sensação de assombração, mas ao chegarem mais perto, perceberam que aquele ser tinha
os dedos (que apontavam para o caixão) ressecados como alguém que está morto há
algum tempo .
Nesse momento, quando seu Irino
olhou para trás, viu que seu companheiro não estava mais ali, havia corrido em direção
à canoa e ele (Irino) não poderia ficar ali
junto àquele ser e também saiu em desabalada carreira rumo à canoa onde já se encontrava seu companheiro
e dali saíram jurando nunca mais voltar. Ao narrar o acontecido, o pescador
transmitia segurança nas palavras e transmitia também uma emoção que seria difícil
determinar se é história de pescador ou se, de fato ocorreu.
Bom, depois de ler e reler...rs! Devo dizer que achei interessantíssimo esse conto, se posso dizer assim... E que fiquei muito curiosa para saber o final!
ResponderExcluir